domingo, 23 de setembro de 2012

Sempre ela




Era uma vez uma menina. Uma menina pequena e com sonhos gigantes. Ela nunca fora a mais bonita e nem a mais popular, era simples, apesar da cara de abusada. Idealizadora, queria ser salva por um príncipe como a Cinderela, ter um bom emprego e construir uma família. Ansiava em ser gente grande, passar batom vermelho e calçar sapato alto.
Ela cresceu, os problemas elevaram-se ao quadrado multiplicado por mil. Percebeu que a vida não era um conto de fadas, que príncipes só existiam naquelas histórias guardadas naquele quartinho empoeirado no fundo da casa que vivera quase dezoito anos. Começou a pensar em ser sozinha, achar possível viver feliz na solidão. Poderia comprar um cachorro e tomar uma taça de vinho depois de um dia cansativo, dizem que faz bem para o coração.
Começou a gritar por independência, e compreendeu que precisava correr mais um pouco. Que o tempo estava passando, e ela ficando para trás. Porém, escolher uma profissão tornou-se difícil para uma pessoa indecisa e insegura como ela. Entrou no curso errado e só assim para perceber que tudo feito até hoje não tinha passado de um grande engano.
Construir uma família ficou para trás, depois ou nunca mais. Mudou conceitos sobre casamento e família perfeita. Passou a ver mais aparência do que amor, traição reinando entre os relacionamentos e a fidelidade sendo esquecida. E ter uma vida a dois, passou a ser uma eterna bobagem, mesmo que a maioria insiste em dizer que ela é pra casar, amar e ser feliz. E ela sabe que não é bem assim: é egocêntrica, complicada, insuportável e apesar de romântica têm conceitos feminista.
Enfim, esta menina resolveu não sonhar, agora ela deixa as coisas acontecerem, sem espera e sem medo. Entre lágrimas e sorrisos ela vai vivendo, ora tropeçando ora em linha reta, mas sempre ela, por ela e só ela.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Paradoxo quase que perfeito



                É mais uma sexta-feira à noite, madrugada. Insone. Perdida entre pensamentos, devaneios. A vida passando rapidamente. Sonhos perdidos entre uma esquina e outra. A confiança uma eterna montanha russa. Nem triste, nem feliz. Nem salgada, nem doce. Calma. É quase primavera. São duas décadas. Muitas saudades, algumas histórias. Uma caixa saturada de recordações. Um livro para terminar de ler e outro para começar. Canetas coloridas para dá colorir os dias. Músicas fofas para suavizar os minutos. Horários para serem cumpridos. A mensagem que nunca chega e o telefone que nunca toca. Chocolate para dar sabor à vida, sempre. Perfumes para serem sempre lembrados. Abraços perdidos e beijos roubados. Frio e calor. Chuva. Mentiras tornaram-se verdades e verdades, mentiras. O príncipe virou sapo. Hipocrisia é felicidade. Viver, ah... É um eterno paradoxo. 

domingo, 29 de julho de 2012

Amanhã




É madrugada, meu apartamento está uma bagunça de tão solitário. Talvez esta frase não faça sentido. Mas muita coisa nessa vida não faz sentido, então, deixo-a como está. É sempre assim, vou deixando tudo. Essa minha mente um pouco perturbada, minha inconstância e ansiedade exagerada que nem quase quatro anos de terapia deram jeito. Sei lá. Sou confusão e indecisão em formato humano.
          Penso que é só mais uma noite com uma lua linda e um caos instalado aqui dentro. Daqui a pouco amanhece e o sol reinará. E eu continuo aqui pensando em conceitos, princípios e prioridades. No certo e errado. No que eu deveria ter feito e não fiz. No que eu tenho que fazer, mas tenho medo. É, medo. Este que esteve presente em todos os momentos, desde pequenina.
          Não é de medo que eu quero falar. Eu quero falar do quanto tenho me decepcionado ultimamente com as pessoas, com as pessoas mais importantes da minha vida. Não deveria tocar nesse assunto, dói. Eu fiz promessas e não posso cumpri-las. Eu chamei de herói um ser humano cheio de defeitos, erro brutal. Meu conto de fadas nem teve príncipe e nem muito menos  o “feliz pra sempre”.
                Meus fins têm chocolates e lágrimas. Tem um mundo rosa fantasioso e ilusório, utópico. Tem felicidade escondendo tristeza. Um armário com várias roupas e nenhum canto para ir. Não tem companhia, só solidão. Mas tem amanhã... Começo.  

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Mas você não me ligou.


                

             Como uma boa romancista, fiz outra história. Com a mesma personagem e mesmo fim. Com outro você, e, sem você, apenas eu. Vi em algum filme desses que assisto para disfarçar a solidão, que só amores incompletos são amores. E amores nem começados, são o quê? Medo, covardia? Tanto faz, continuam românticos do mesmo jeito, pelo menos nessa minha cabeça viajante e sem tanta razão dominante.
                Sou boa em escrever, mas não em falar e nem em acreditar. Por isso evito ouvir, porque sei a minha fragilidade de cair em qualquer frase afável. Essas frases bonitas, com poucas atitudes e quase sempre mentirosas. Ilusórias. Que alguns já me falaram, outros ainda vão falar, até que chegue aquele que não falará nada, apenar irá cumprir o que todos disseram, essa moça é pra casar.
                Enquanto isso, continuo fazendo minhas histórias de amores não recíprocos. E mesmo sabendo da minha chance de ser feliz por alguns segundos, temo o sofrimento das horas depois. Porque esperei o final de semana inteiro pela sua ligação na segunda à noite, mas você não ligou. E eu só queria dizer para a gente parar com essa qualquer coisa entre nós, que para você não pode ser nada, mas para mim é quase tudo.
                Mas você não me ligou e já está tarde, você deve está se recuperando do seu final de semana, ou empolgado com uma nova pretendente, que creio não ser eu. E eu não fico com raiva de você por isso, afinal, aprendi a lidar com as pessoas me deixando para trás o tempo todo. Apesar de sempre doer, mesmo sabendo que não vale a pena. 

domingo, 1 de julho de 2012

Fé, sempre.


        

        Sempre fui de botar os pés pelas mãos por causa desse meu gênio forte e impulsividade exagerada. Sonhos pela metade, amores perdidos e repartidos, planos que não deram certo e, por isso, deixados de lado. O “não deu certo” predominou mais do que o “deu certo” durante quase duas décadas de vida. Olhando para trás, revendo tudo, os olhos já secados e coração em demasiada paz, pude enxergar à fraqueza a qual carreguei por anos, e que por vezes, ainda reina.
            Porém, venho tentando olhar a vida por alguns ângulos, principalmente por aquele que carrega à fé. Fé em Deus, na vida e no “vai dá certo”. No pensamento positivo e no bem, esses que de alguma forma sempre vencem. E tem dado certo, sinto-me mais forte, mais apta para enfrentar os acasos corriqueiros dessa vida, que ora é linda ora horrível, mas sempre prazerosa de ser vivida.
        E, após alguns análises e conselhos de pessoas vividas e sábias, aprendi que o silêncio é o melhor amigo, aquele que nunca irá iludir, e sim, ser seu anjo fiel. Ficar em silêncio é quase uma arte para essa minha personalidade que tem necessidade de gritar para o mundo todos os sentimentos e desejos que estão aqui dentro.
         E, por fim, tentando seguir o caminho certo, vendo todas as semirretas e vértices desses ângulos, formo uma circunferência, completa. Mais silêncio que palavras, mais bem que mal, e fé, sempre fé e mais uma vez: fé.

"(...) eu queria tanto que você não fugisse de mim (...)"



              Logo eu que sempre soube distinguir Igreja de Estado caí nessa de querer você sem querer. Na minha listinha com todas as virtudes para o meu pretendente a futuro ex-namorado, você não se encaixa em nenhuma linha. Porque você é o maior canalha, mas também uma das melhores pessoas que já conheci.
         O seu humor às vezes me irrita, não sei como você consegue ser sempre tão feliz, mesmo coberto de problemas. E mesmo irritada, você sempre faz uma gracinha para me arrancar qualquer sorriso meio bobo. Você e sua mania de me fazer ficar constrangida na frente de estranhos, fingindo ser meu namorado e gritando para todos que não me quer mais.
              Não estava nos meus planos essa atração por você, na verdade, não estava nos meus planos gritar para o mundo inteiro ouvir, menos você. Ninguém sabe, mas eu já assisti vários filmes pensando em você, senti ciúmes de te escutar falando das inúmeras meninas com quem você sai. E hoje, pela primeira vez te achei um babaca por não me enxergar ao seu lado.
             Você já tentou me falar da sua atração por mim, mesmo estando um tanto bêbado e me pedindo milhões de desculpas. Mas eu fingi não ligar, porque eu gosto demais da nossa amizade. E tento não ser tão romancista, afinal, se eu não dissesse que te odiava tanto, eu diria o quanto te amo. E te odeio para chamar sua atenção, mas você não (me) ver. Ou talvez, a gente só esteja nos protegendo de nós mesmos.
            Ah, você já me acha uma besta, então não irei me importar se você me achar mais besta ainda por ter feito uma playlist só com músicas para pensar em você. E se algum dia eu fosse te mostrar alguma, eu mostraria a de Clarice Falcão: “Eu queria tanto que você não fugisse de mim, mas se eu fosse você , eu fugia”.

Uma grande mulher para um pequeno homem.




              Parece uma piada perder o meu tempo escrevendo sobre você, o carma da minha vida. Mas não tive como esquecer de você nesse sábado pós carnaval, mesmo que isso pareça uma desculpa muito da esfarrapada para lembrar de você, eu finjo que não é nada, apenas um final de semana triste com a solidão batendo na minha porta.  Porque você, Sr. Carma, não é nada para mim, só uma parte insignificante que já está devidamente esquecida.
              E vendo você naquela segunda de carnaval, me fez ver o quanto você não convém com a minha vida. Você é muito ridículo, sem noção e ultrajante. Você se acha superior demais, quando não passa de um arrogante mal amado. Mas não vou mentir que adoro a sua voz e o quanto a sua falta de beleza é charmosa. E que ainda vejo sempre sua rede social, só para saber qual é a pirigueti (sim, com “i”) da vez, porque você, perdoe-me, tem um péssimo gosto para affair. Prefere essas crianças precoces, com vários idiotas como você correndo atrás delas, do que uma mulher de verdade.
              Você não é capaz de gostar de mim, homens como você não sabem valorizar uma mulher como eu. Afinal, jamais eu iria te trair com meu primo ou com qualquer outro, saberia dividir as nossas vidas e respeitar seu trabalho e faculdade, a sua família e seus amigos, até porque eu não quero ninguém pela metade ao meu lado. Mas claro, eu fico maior que você quando de salto alto, minha beleza te incomoda, e eu me arrumo e me maquio demais. E tudo isso te incomoda, porque você não suporta a ideia de está ao lado de uma mulher como eu, que te amaria de verdade se você deixasse.

Estagnada.






              Não sei nem ao menos por onde começar a escrever. Já não sei o que penso, nem o que sonho e muito menos o que quero. Sinto-me só o tempo inteiro, sem foco e nem sei ao certo o que vim fazer por aqui. Sou uma estatua a maior parte do tempo.

              Acho que sempre fui assim, fazendo escolhas inconsequentes, sem pensar direito onde as quais iriam me levar. Hoje sou o reflexo de tudo isso. Perdi-me no tempo, no amor e na vida. Estagnei. Por mais que eu tente olhar para frente, não vejo nada que me faça erguer um sorriso. Por mais difícil que seja assumir isso, tenho me tornado uma pessoa triste, apenas finjo sorrisos ou instantes felizes que duram frações.

              Quando falava que a vida era rosa, era uma auto enganação. Porque dá uma cor aos dias ou momentos, era uma forma de achar tudo mais charmoso, bonito e interessante. Por mais que as pessoas achassem que era só mais uma das minhas frescuras, a frase me suava bem e não superficial, e me fazia crê que em algum momento algo de bom podia acontecer.  
        Talvez eu resolvi crescer, deixei de enxergar com aqueles olhos inocentes e sem malícia de criança, e me dei conta que não tenho mais quem segure a minha mão e guie os meus passos, agora só sou eu e ninguém mais. E isso tem me assustado bastante, por não me achar capaz. Afinal, sou um patinho feio diante a multidão.

A menina do riso fácil.




              Sonho com um grande e eterno amor, real. Sem fantasias, apenas reciprocidade. Amor amigo, companheiro, afável. Não precisar ter cavalos brancos, apenas bons motivos que o leve até mim. O moço que não é o mais bonito, nem o mais interessante, mas o que me faz o coração palpitar, perder o sono, soar as mãos e sentir ciúmes. O moço que alguns já foram.
              A realidade é crua, aguda. É um sonho e só, deixo-o passar, como faço com todos os outros que não dão certo. Sou sentimento demais, considero-me estragada emocionalmente, sofro com a unilateralidade. Acho o amor bonito demais para uma pessoa como eu, não é complexo de inferioridade, é só uma parte da vida que não me convém a ter.

              Não consigo exaltar qualidades, ver em mim algo apaixonante. É isso, não acho capaz alguém se apaixonar por mim. Por que alguém iria se apaixonar por uma pessoa tão complicada, tímida, medrosa, não-inteligente e com um gosto musical horrível? Eu sou uma realidade minha e talvez seja assim sempre, não me incomodo mais com isso, aprendi a viver assim, mesmo parecendo ser ruim às vezes.
              O consumismo substituí esse sonho. O sapato vermelho faz-me sentir uma grande menina; o vestido floral, a mais bonita; a maquiagem me dá esperança; a bolsa, o poder. E no final de tudo, eu sou o moço o qual eu sonho, as fantasias e ilusões as quais carrego. A moça do riso fácil que estará sempre sozinha.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Te odeio.



              Não é que eu não goste mais de você, até gosto, mas não me pergunte o quanto. Você sempre vai ser aquela incógnita maldita daquela equação que eu não consigo responder. E isso me dá muita raiva de mim e de você, claro. Mas não me faz não querer mais você. Porque eu lembro daquele dia, no final daquela festa, a gente indo em direção ao seu carro, e vinha aquele bêbado em minha direção e você me abraçou para me proteger dele, e eu caí no seus braços como a menina mais boba e apaixonada possível, porque você colocou John Mayer para a gente escutar e eu não resisti.

              Ao encostar minha cabeça sobre o seu peito, estava um pouco sonolenta, mas eu sabia que tinha feito tudo errado de novo, mas meu coração estava acelerado demais para eu dar atenção ao que não estava certo. Eu tinha em mente que não ia ser ninguém para você depois que a gente se despedisse. Você não iria mudar, você ia vir com as mesmas desculpas, e eu iria passar dias em casa assistindo comédias românticas para ver se a dor diminuía. 

              Mas ai o tempo passa, lutei dias e meses para esse sentimento sair de mim. Afinal, só sua ex te interessava e talvez ainda é de fato quem te interessa. E o meu recalque era tão grande, que te chamar de idiota por gostar da vadia da sua ex, era um sonho, e eu realizei. 

              Então vem você de novo, balançar o que de alguma forma já estava sólido. Dizendo que gosta de mim, só para depois me passar para trás, mais uma vez. Fazendo esse joguinho sujo e sem cabimento, fazendo parecer essa história mais ridícula do que ela realmente é. Te odeio, sabia? E quanto mais eu repito isso, mais me dar vontade de te querer mais, eu não te amo, mas eu queria você. Te odeio.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Desabafo



Precisamente no meio, sem muitas contestações ainda. Apenas um pedido: que melhore. Por vezes, em sua maioria, fui fraca, frágil e triste. Não quero promessas, pois em número, não passam disso. Quero renovação, mas sem perder o foco. Quero pés no chão e elevá-los só em um considerável salto, de preferência 12 cm. Chega de estresse, impaciência e TPM, esta que me corteja há meses, sem pausas. Quero loucuras, boas aventuras e algo que simplesmente me tire dessa rotina saturada e roteiro melodramático de novela mexicana.
Se a saudade insistir em ficar, que ela passe, vá embora e me deixe apenas com a indiferença, já que não posso matá-la. E se meu coração acelerar, que seja de felicidade, não de dor. E que eu fique quieta, com minhas palavras guardadas e impulsos controlados. Não quero apenas momentos, eles são passageiros e muitas vezes mentirosos. Enchem-nos de esperanças e depois viram pó, utópicos, esquecidos. Porque lembrar dói. Porque dói ser gostada e depois descartada. Porque dói ser enganada.
Passado, te deixo de lado, sem qualquer lembrança ou recaída. Quero a outra metade, recomeço, porém com outros pedidos. Não deixe que eu abuse aquela música a qual tanto me acalma, nem que eu mude meu corte de cabelo atual e muito menos mude alguns dos meus sonhos que demorei tanto a construí-los. Deixe-me menos sã e mais insana, como já fui levemente algum dia. Para que assim, eu tenha menos solidão para contar. E por fim, que o gosto de chocolate venha reinar em meus dias frios ou quentes, até que virem algodão doce, rosa.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Moço



Tanto tempo passara. Tantas pessoas passaram, algumas fizeram moradia por alguns instantes, logo em seguida partiram. Perdemos o contato. Nós éramos sinônimos de caso encerrado, e depois de tantas idas e nenhuma volta, estava ali sentada, irritada, impaciente, esperando aquela velha paixão, outrora me ferira, machucara. Embora, não me fizesse mais as mãos suarem, nem o coração pulsar rapidamente, ele tinha o inerente poder de me tirar do sério. Ele sentara ao meu lado, me abraçara como fosse sua namorada e me chamara de chata horas a fio. Encostei a cabeça em seu ombro, conversávamos, sorriamos e fazíamos charminhos. Já não me lembrara mais do quanto era bom ficar ao lado dele, do quanto ele era afável. Porém, jamais esquecera as noites em claro, soluçando entre lágrimas por causa daquele coração acovardado, temido. Meu olhar era leve, minha felicidade suave, alegria satisfatória, sem cobrança. Moço pede licença dessa vez pra entrar nesse meu asno interno, ele é frágil feito vidro, outra queda seria fatal, cola superbonder não resolve mais. Não me venhas sendo essa incógnita que por muito tempo tentei decifrar. Chega, já tentamos. Hoje somos donos de um sentimento anonimato. Não sei o porquê da volta, também já não é ocasião e época para explicação. Deixe a naturalidade dos fatos irem acontecendo, quem sabe daqui a algum tempo eu retorne a esta folha de papel e reescreva essa história e dê um nome a ela, que creio não ser amor.

Já dizia Marilyn Monroe



Uma tímida, uma simpática, outra desbocada. Duas solteiras, uma namorando. Uma vencida pelo cansaço, uma tentando a esperança e a outra rindo da situação. Já se havia passado horas. Primeiro: 17h40min. Depois: 19h. Quase 21h, ta bom. Duas descem, uma fica. Quatro sobem. Três meninas, dois meninos. Cinco. Impar. Conversas. Risos. Gracinhas. Um casal formado. Ele alto e magro. Ela baixa e corpão. Três velas. Ficando tarde, eles tinham que ir. Três descem na frente. Um espera enquanto uma vai calçar a sandália e fechar à porta. Já embaixo, o casal em um canto, velinhas em outro. Quando ninguém espera, outro casal é formado. Sobra a velinha que não deveria ser velinha, pois tem namorado, porém mora longe. Risos. Eles são legais. À noite foi ótima.
Sexta, aniversário, comemorar. Saíram não os cinco, mas os seis, porém, outros (as) amigos (as). Mas a tímida e a simpática sempre juntas. Dançaram. Divertiram-se. Paqueraram. Chuva. Cansadas. Terminam à noite sentadas, sem chapinhas, maquiagem descendo e pés no chão.
Metade do dia perdido. Ressaca. Sábado. Convite chega. Topamos. A tímida, a simpática e desbocada saem. Aventura. Cenas engraçadas. Créditos finais: risos, muito risos. Já dizia Marilyn Monroe: “mulheres comportadas, raramente fazem histórias”.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O velho disco




Desisto, não pelos nãos, e sim, pelos sins, por ser irritantemente mais um dos seus sins. Não quero ser como um disco velho, arranhado, insistindo em tocar a mesma música sempre. Por três vezes ele já tocou na mesma melodia, a quarta o som não aguentaria. Cansaço de doar as minhas artérias, veias e batidas desse pequeno descaso que grita, sofre e não aprende. Raiva de mim e de você mais ainda. Quando estou quase conformada do certo, você vem e põe a esperança no meu olhar. E quando tento resistir, você me faz feliz, me faz sorrir, me trás todas as recordações, as nossas lembranças. Poucos foram os momentos e muitas foram às lembranças. Se não te admirasse tanto, sentiria ódio, por você ser tudo o que eu sempre quis e sonhei pra mim. Você é inteligente, gosta de números, é grosso e ao mesmo tempo um fofo. Você é lindo. Seus olhos me encantam e seu sorriso me fascina. Não me espere, apesar de voltar, não quero repetir o mesmo filme. E sabendo do impossível, o disco quebrou, o filme acabou. Não existe flashback.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Codinome



Antes de qualquer outra coisa, por que estrelinhas? Porque em qualquer computador a estrela é o símbolo de favorito. Porque estrelas brilham. Porque cada estrela é encantadora, e são elas as companheiras da lua. E eu, assim como a lua, embora sozinha, ao meu redor tenho várias estrelinhas. Cada uma com seu jeito e encanto de ser, até mesmo de brilhar. E como um quebra-cabeça, em que cada peça vai completando a outra até formar a figura, as minhas estrelinhas vão formando o meu céu. Afinal, o meu céu nada seria sem a vaca sentimental, a efusiva, a chorona, a sorridente, a carismática, a insensível, a sensível, a arrogante, a sem compromisso, a pegadora, a ignorante, a desastrada, a engraçada, a nerd, a emo, a desenhista, a cantora, a que mora longe, aquela que por algum acaso do destino o contato diminuiu... Enfim, sem vocês não há céu, não há luz. Eu agradeço todos os dias a Deus por ele ter colocado vocês no meu caminho. As pecinhas do meu quebra-cabeça, as estrelinhas do meu céu. Codinome: estrelinhas = amigas. Feliz dia do amigo, amo vocês.

domingo, 4 de julho de 2010

Vem me ver



E se eu começasse a te falar dos sonhos que tive? Das lembranças que tenho todas às noites antes de fechar os olhos? Do abraço imaginário para aliviar a saudade? Você viria? Viria me ver? Se eu te falasse dos meus planos, dos planos que tenho pra nós dois, você me acharia muito piegas? E caso, eu soltasse em uma conversa ou outra que você foi à melhor parte do meu ano, você acreditaria em mim? E se por acaso, você algum dia encontrasse minha agenda, você iria ler? Se sim, ótimo! Não foi macumba. Eu chamaria de esperança, pensamento positivo. E se eu dissesse que te fiz único, você me amaria? Ah, nos meus sonhos eu te vejo, te encontro. Nas minhas lembranças tenho os seus olhos, seus sorrisos, nossa deixa, nossos beijos sem diálogos. Eu sei o quão triste é à distância, eu sei. Mas eu não me importo, deixa eu te amar mesmo assim, mesmo de longe. Deixa. Você foi o meu primeiro sorriso sincero de felicidade. Deixa-me vestir esse sorriso novamente, deixa-me ver seu sorriso, deixa eu te fazer feliz. Deixe. Olhos cor de mel, eu te chamava assim antes de saber seu nome. Depois de ter conhecido você, eu descobri que um simples olhar para trás pode fazer você conhecer uma pessoa incrível. Eu descobri que a sorte bate uma, duas, quantas vezes você merecer na sua porta. Eu comecei a sentir de novo sintomas de ânsia, de felicidade, de palavras... Me faltou palavras, criatividade. Eu não sei mais o que escrever, eu não sei. Eu to gostando bastante de você. Vem me ver? Falta, saudades, não tem tradução. Miss you. Ponto final. Sono.

domingo, 27 de junho de 2010

NÃO



Chega. De novo não. Me jogar em uma nova paixão seria como pular de um penhasco. Não iria suporta a dor que a falta faz, a inutilidade do ciúme, o querer da reciprocidade. Novamente submissa ao coração, à distância... NÃO. É demais para os meus objetivos, para uma feminista tão árdua. Eu tento, eu luto contra isso há tanto tempo e vinha conseguindo. Mas nesses últimos dias você não tem saído da minha mente, meu coração dispara só em ver seu nome, você tem estado em tudo que eu vejo. Oi, tudo bem? Tudo e com você? Estou bem também. Sabe, você mudou comigo e eu sei o porquê. Porque eu tenho a péssima mania de estragar tudo quando tudo está bem. Porque você não mudou comigo, foi cinco segundos de medo, medo de perder. Perder? Sim, eu não te tenho ainda, mas terei algum dia. No entanto, me basta saber que ouvindo aquela banda você pensa em mim, que quer vir me ver e conversa sobre tudo comigo. Eu gostei desse filme também, não gostei do outro, mas vou gostar daquele que pretendemos assistir juntos. Nem decidimos ainda, mas eu sei que vou gostar, porque se for de comédia eu vou ter o sorriso mais lindo do mundo ao meu lado, se for de terror vou ter o abraço mais aconchegante, se for ação, suspense ou drama não tem problema, eu observo você assistir. Caso seja romance, me observe assistir, só, me basta. Afinal, isso vai ser parte do nosso romance. NÃO. Eu já estou pensando no futuro, eu já estou fazendo planos. Não pode, não pode, não pode. Quando menos se espera é que as coisas acontecem. Com você foi assim, continua sendo. Somos imprevisíveis. Não sabemos do nosso amanhã. Se vamos no ver esse ano ou só no próximo. Se tudo vai ocorrer como vem ocorrendo ou não, se eu vou continuar sendo quem sou para você. Além de imprevisíveis, somos incertos.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Vide eu entre estes



Às vezes as pessoas perdem o senso do ridículo. Necessitam dar alfinetadas nos outros para, com isso, se sentirem melhor. Eu, você, todos nós julgamos. Isso é uma característica de todos os seres humanos. Sem exceção. Somos diferentes, principalmente tratando-se de gostos. Ninguém é obrigado a gostar dos meus textos, da minha cor preferida, do meu cabelo, da minha mão, da minha voz, da minha mania de estar ligada ao mundo da moda. Ninguém é obrigado a gostar de mim. E daí, eu admirar o belo? Todos admiram algo, eu admiro o belo, a inteligência, a simplicidade, a sinceridade e afins. Tenho minhas manias e frescuras. Sou feminista até a ultima gota. Goste quem gostar. Gosto de manter meu guarda roupa atualizado, sou excessivamente consumista. Não sou só futilidade. Gosto de livros, de escrever, gosto da literatura. Adoro a química, simpatizo pela física e to tentando a matemática. Sou insuportavelmente egoísta, tenho ciúmes de tudo que me pertence, - não se atreva a mexer nas minhas coisas. Sou um tanto mimada, meu pai faz os meus gostos e minha mãe pedindo um pouco mais acaba cedendo. Sou filha única. Não saiu de casa sem lápis no olho e muito menos sem chapinha no cabelo. Odeio falta de educação, quem fala de boca cheia, quem passa e finge não conhecer. É demais um “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite”? Gente que não se toca é uó. Prefiro escrever a falar. Faço promessas e algumas não consigo cumpri-las, acabo me traindo. Sou tímida, sou calada. Sou feliz pela família e amigos que tenho. Tenho uma fé enorme. Procuro sempre o otimismo, mas de vez em quando o pessimismo bate na minha porta e me amedronta. Possuo medo de quase tudo, mas a cada dia venho tentando superar um por um. Não gosto de coisas subentendidas, gosto da exatidão. Sinto, faço. A impulsividade estar nas minhas veias. Ódio é sentimento igualado ao amor. E você, que me odeia tanto, lamento. A infelicidade gera isso nas pessoas. E é uma pena, você é minoria.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Longe, perto



Gente de vários lugares, cores, tamanhos e formas. Som de axé, de felicidade. Sorrisos colorindo rostos. Coração a mil. O trio passando pela avenida, pessoas pulando e dançando. Logo ali, bem ali, olho uma, duas, três vezes consecutivas. Olho com olho, aumento o zoom, encaro-o. Olhares percebidos, recíprocos e perdidos. Pensamento positivo. No compasso vou seguindo em frente. Do meu lado surge um sorriso airoso, olhar inefável, beijo extasiante. Me apresento ao conhecido. Os lábios se cruzam novamente. Lá na frente sou eu. Primeiras gotas de chuva, primeiro beijo molhado. Escuridão, desencontro. Não havia pretérito, nem futuro, só presente. Livre para jogar, cair, levantar. Amar novamente. Por algumas horas não queria mais nada daquilo. Até ele aparecer novamente, me ter em seus braços, me fazer única. Tomada pelo calor das emoções sigo meu caminho, porém deixo a minha deixa: “me espere, eu volto”. Encantada eu fui. Deixei um pouco de mim lá e trouxe um pouco dele comigo. Não o vi mais, mas me sinto perto, mesmo tão longe. Não o esqueci, e sinto que não fui esquecida também. Vejo todas as marcas de saudades que em breve serão matadas.

sábado, 19 de junho de 2010

Diálogo



Conversa de Rayssi e Isadori em um dia ensolarado de 4 de julho na sorveteria:

R: Amiga, ele disse que me ama!
I: COMO ASSIM, AMIGA? Conta tudo! BA-BA-DO!
R: Eu não entendi bem o que ele falou depois porque minhas orelhas queimaram e eu não consegui escutar mais nada depois do "amo".
I: Ah, sua anta. Como pode isso?
R: Não sei
I: Mas já mudou o "relacionamento" no orkut?
R: Não, amiga, tá sem resposta.
I: Ih, quando tá sem resposta é "encalhada", cê sabe, né?
R: Aff, eu deixo "solteiro", então?
I: Não, né? Solteiro atrai bichinhos. Pelo que você me falou, isso espantaria ele.
R: Eu coloco o que, então?
I: Ah, amiga, depende. Você prefere ser vista como encalhada ou como desesperada à procura?
R: Não tá ajudando, sabia?
I: Tá, e o que você quer que eu faça?
R: AHH, QUERO QUE VOCÊ DIGA QUE EU VOU NAMORAR! Sempre que você diz alguma coisa, acontece: "Cuidado, Rayssa, ele vai te passar um chifre", "não, Rayssa, vai dar dor de barriga", "É uma cilada, Bino"!
I: Tá, você vai namorar com ele, mas bem depois de hoje porque você merece sofrer um pouquinho!
R: Aposto que ele me pede antes, sou uma anta mesmo. Acho que ele vai me pedir essa semana!
I: Aposto que não. Quer apostar o quê?
R: Uma cantada no gordinho nerd da sua sala do cursinho?
I: FECHADO!

 
Apertam as mãos e decidem o acordo. Um mês depois Rayssa é pedida em namoro.

Rayssa Tamara



Palavras não caberiam para descrever uma amizade forte, indestrutível como essa. Mas ficam essas, que apesarem de não serem minhas, decifram tudo: "Porque é tão mais fácil aturar a vida sabendo que tem você. Agora sem você, meu amigo, a coisa é feia. Realmente feia." (Caio F. Abreu)

(haert)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Chuva, frio, saudades



Você sentado na minha frente e eu rindo feito uma boba para esconder a timidez. Tentava entender os motivos pelos quais trouxeram você aqui. Nós já nem nos falávamos mais, tantos outros amigos, outros lugares, por que justamente aqui? Outrora, eu saberia. Mas agora? Não, eu não sei. Dias atrás talvez você quisesse estar aqui, pelo menos eu suspeitaria. Só que inúmeras vezes eu neguei. Mas hoje não é a mesma coisa, somos pessoas estranhas, um tanto desconhecidas, a pouca intimidade construída nem ela existe mais. Eu não sei como se perdeu, mas perdeu. Tenho minha parcela de culpa demasiada, eu não fiz por onde merecer você e quando percebi já foi tarde. Olhando para você, para suas fotos, eu quem deveria estar ao seu lado, nos dávamos tão bem, você me fazia feliz com sua companhia. Você foi o melhor disfarce para minha tristeza, não caberia outra pessoa para eu me sentir tão bem naquele momento. Eu amava sua atenção comigo, quando você fazia questão de estar onde eu estava, e das suas ligações quando você tava com seus amigos e lembrava de mim. E como toda mulher ou o ser humano como todo, só dar o devido valor quando perde, quando já não é tempo de voltar atrás. Quantas oportunidades perdi, quis voltar e o tempo me impediu. Como nesse momento, eu voltaria atrás, vontade não me falta, porém já não faz sentido. Reviravolta, o mundo gira, ontem você me queria e hoje sou eu que te quero e não posso ter. Deixarei isso para lá, clicar na mesma tecla não é o certo. Só registrei essas lembranças, esses fatos, porque hoje pela primeira vez eu acordei com um aperto no coração pensando em você. Chuva, frio, saudades. Bom te ver.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Escrever



Oi, eu amo você. Oi, eu sinto sua falta. Oi, eu não esqueci você. Oi, eu sou uma idiota. Eu não deveria estar escrevendo isso, muito menos pensando dessa forma. Deveria ter permanecido quieta onde estava. Mas não, eu sou uma impulsiva e você um louco. Sabe quantos dias eu passei sem lembrar de você? Nenhum. Eu me odeio, e odeio ainda mais você por ter deixado essa marca horripilante na minha vida. Você nunca deveria ter entrado nela, eu fui um erro gigantesco na sua vida, e você na minha. E eu sei, eu sei que você ainda me ama, embora você já tenha aprendido viver sem mim, eu sei o peso que tenho nesse seu coração amargurado, cheio de ódio e rancor. Certo, parei. Voltando ao meu estado normal. Oi, eu não te amo. Oi, sou bem feliz sem você. Oi, eu já não sei mais quem é você. Oi, eu não sou idiota. Só estava em um estado inconsciente, melancólico e sensível. Só. Você já não faz mais nenhum efeito sobre mim. Não sofro do mal da paixão e muito menos do amor. E sim, você já me esqueceu. Eu e ninguém para você somos as mesmas pessoas. E fico contente em saber disso. Eu tenho desses repentes às vezes, acho uma coisa e depois já acho outra completamente diferente. Eu me contradigo muito, assim como você. É tanto, que nunca sei o que eu quero. Sou uma contradição. Sou rebelde, estressada, te xingo e depois to calma e te respeito. Sou meia do avesso de vez em quando. Faço uma coisa agora, no mesmo instante estou arrependida. Aliás, depende. Não sou do tipo que me arrependo do que faço, só quando piso na bola mesmo. Quando não, ah, nem ligo. Se eu fiz foi porque naquele momento desejei e tinha motivos e circunstancias. A culpa, com certeza existe, porém jamais me derrubará. Posso aprender com ela, a não repetir tal fato. Eu não sei o porquê de tantas asneiras. São coisas que eu não deveria estar falando, mas eu estava com vontade de escrever, faz eu me sentir melhor. Escrever, escrever, escrever, sempre. Gosto do verbo e do ato.

sábado, 5 de junho de 2010

Egocentrismo



Bolsas, sapatos, roupas e livros espalhados pelo chão. Uma bíblia em cima da mesinha do computador. Um lápis, uma folha, uma agenda, um livro e um celular sobre a cama. O barulho da chuva. Uma madrugada fria. Mensagens chegam. Pensando na vida os minutos vão se passando. A insônia habitualmente minha fiel companheira. As palavras meu ponto de equilíbrio. O lápis meu melhor amigo. Olho para um lado e para o outro não encontro mais ninguém. No espelho vejo aquela que por muitas vezes se recusou ser sozinha por medo da solidão, mal sabia ela, o quanto ultrajante estava sendo. Vivo o momento da solidão opcional. Quando convém, me escondo do mundo para não ter que rebatê-lo. Não sou de ficar quieta, enquanto a vida ousa me dar uma rasteira. Não mais, antes talvez eu aceitasse como inúmeras vezes aceitei. Só que finalmente chega um dia que cansa, eu cansei. Cansei de ser mais dos outros do que de mim mesma. Cansei do amor platônico, do amor mal amado, do não correspondido, até do mal vivido. Optei ser mais eu a qualquer outra coisa ou pessoa. Primeiro lugar: eu. Segundo lugar: eu. Terceiro lugar: eu. Egocentrismo? Sim, que seja. Escuto isso de pai e mãe; de amigos e conhecidos. Por muitas vezes levo como uma qualidade, jamais como um defeito. Rude, feio, repugnante... Tudo, menos positivo esse meu modo de pensar. Pouco me importa, ninguém tem nada a ver. As feridas todas cicatrizadas, nenhum raiva, nenhum rancor. Apenas aprendizagem, e aproveitando a oportunidade, agradeço a todos que de alguma forma me feriram e me pôs no chão. Sem vocês não seria metade do que estou sendo agora, talvez sem vocês a antiga sonhadora inocente ainda existisse. Obrigada, por desmanchar o meu tão almejado conto de fadas, aquele que eu sonhei a maior parte da minha vida. Não, eu não estou sendo irônica e muito menos sarcástica, afinal, são duas coisas que definitivamente não sei ser. Falo com mais autenticidade do que as próprias identidades dos mesmos. Cômico ou trágico? Sei lá, tanto faz. Porém, prefiro achar cômico, afinal, o que seria da vida sem dar boas risadas de tudo, principalmente do passado? Um pão com manteiga, sem nenhuma graça.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Chance perdida



Eu sempre fiz do amor uma fantasia, como um conto de fadas. Desde pequena sonhei em encontrar o tal príncipe, sonhei em viver uma linda história de amor, na qual o mocinho se apaixona pela mocinha, vivem o amor a primeira vista, a bruxa faz de tudo para separá-los, porém não consegue, pois como todo bom romance, nas suas ultimas linhas está escrito: e foram felizes para sempre. E hoje, me pego entre meus sonhos, meus textos, minha vida, toda uma idealização de uma independência conquistada, um lugar para morar que tenha minha cara, meu jeito e até meus defeitos e a minha tão sonhada realização profissional. Vejo o amor agora de outro ângulo. O amor é raro, mas não impossível de encontrar e quando ele vem, vem com tudo, sem razão, sem preceitos, sem cautela. Vem tudo pela emoção, pelo coração, sendo o coração a nos dar os primeiros sintomas. Nos enlouquece, a gente  perde a cabeça, até chegar um dia em que nossa cabeça bate no chão e a realidade vem à tona. Então dói uma dor sem remédio, e só o tempo para poder curá-la. E quando finalmente conseguimos começar tudo de novo, na estaca zero, onde os princípios agora comandam, ele volta. Enche de esperança o coração já sofrido, arranhado e cicatrizado. Dessa vez, no entanto, a firmeza prevalece, o medo de cair novamente é maior do que qualquer outra coisa. Nada vai fazer-me mudar de ideia, pois é tarde para voltar atrás de uma chance outrora desperdiçara. Por que não viveu quando teve a oportunidade? Por que agora? Já se passaram tantos dias, meses, anos. Até outras pessoas passaram por nós. Você voltou muito tarde, me pegou com novos planos. E não, eu não voltaria tudo outra vez. Desculpa, mas a única coisa que posso fazer do meu passado é guardá-lo sem remexer e nada mais.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A Bolsa e o Sapato



Um ano atrás, uma Bolsa não sendo nem tão linda, nem muito charmosa, encontrou um certo Sapato, ele aparentemente absurdamente lindo. No entanto este Sapato, muito simpático começara a conversar com a Bolsa, entre conversas e outras deixara escapar-te suas histórias, uma vez contadas, ela se encantara ainda mais por aquele belo Sapato. Sempre quando preciso, ele o ajudava naquela matéria na qual ela tanto odiava. Não conversavam diariamente, os desencontros aconteciam. Em uma certa manhã, quase meio dia, ele vem falar com ela, e sem imaginar o quão triste aquela bolsinha estava, ele consegue fazê-la sorrir com um simples elogio e prometera dançar com ela em uma festa. Os dias então se passavam, e quanto mais perto da festa, ela mais ansiosa ficara, como uma criança ao ir à primeira vez a um parque de diversão, pois para a Bolsa, o Sapato era como um sonho. Então, chegara à tão esperada festa, ao acaso, inesperadamente eles se encontraram no início, cumprindo como antes prometera, ele a convida para dançar e surge um beijo, antes evitado, depois não resistido por ela. Ele passara à noite sendo o acompanhante daquela tímida Bolsa. Fez dela a mais feliz e sortuda. “Tão cavalheiro, tão lindo, tão galante.” – Pensara aquela jovem Bolsa, enquanto acordara sorrindo, com tamanha felicidade. Mas ele havia ido embora e logo iria para mais longe, porém ele deixou outra promessa – apareceria quando menos ela esperasse. Neste intervalo de tempo, continuaram conversando constantemente, ele sempre contando suas estórias, enviava-lhe músicas, brincara com ela e sempre dizia que a levaria embora junto com ele. Às vezes ela contava seus problemas, ele com suas grandes experiências e tão pouca idade, aconselhava. Como a Bolsa o admirava, ele parecia um príncipe de contos de fadas, a perfeição de um homem estava contida naquele Sapato, até os próprios defeitos dele era aceitável. A beleza dele não era só fisicamente, internamente também. Meses se passaram, e o Sapato apareceu de repente na janela da Bolsa, ele teria ido até lá porque naquele momento, ele queria reencontrar aquela triste Bolsa. Ela, por sua vez correu para abraçá-lo, um abraço forte, de saudade e ele baixinho no ouvido dela falou - você está linda. A Bolsa jamais esqueceria esse momento. Ela tinha pouco tempo, ninguém podia vê-la ali com ele, ela era comprometida, ele sabia disso e mesmo assim ele não se intimidou e beijou-a. No dia seguinte, pela manhã, novamente eles se encontraram, agora com mais tempo e ele a tratou tão cariosamente, passando a mão entre seus cabelos, falava-lhe coisas lindas e engraçadas. Ela sempre soube que ele iria embora, e dessa vez talvez para sempre e por isso não se apaixonou perdidamente por ele. Mas ele, só ele conseguiu fazê-la perder a cabeça, as regras e os princípios e tudo valeu a pena.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Retrato em branco e preto



"E o que é que eu posso contra o encanto,
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto e que, no entanto,
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes, velhos fatos,
Que num álbum de retratos
Eu teimo em colecionar"

Tom Jobim

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Saudades



Encontro-me num vazio sem tamanho. Minha família, a qual sempre esteve bem perto de mim, hoje se encontra a quilômetros de distância. Dois dias é o máximo de tempo que tenho para ter aquele mimo, carinho, atenção e até puxões de orelhas, que só aquele par, os nossos maiores conselheiros, nossos pais, podem dar. Meus amigos, uns estão longe, sinto uma enorme falta deles, outros, porém, estão bem próximos, entretanto, agradeço-lhes, pois sem eles, o vazio maior seria. Namorado, já não tenho mais. O meu ano começou com dias tristes, eu que sempre fui fiel ao meu sono, me tornei um tanto insone. Bastava ver o sol nascer, para a lágrima escorrer. O meio-dia era sempre o horário mais doloroso. E eu, sempre uma péssima mentirosa, fingindo estar tudo bem, quando por dentro, estava em pedaços. E ninguém sabe o quanto eu lutei, para seguir em frente sem olhar para trás. Eu aprendi viver sozinha, ser mais independente e a me valorizar mais. Constantemente, digo que sou feliz, pois como diria Caio Fernando Abreu: me recuso a ser infeliz. Os dias, cada vez mais rápido, vão se passando, e eu não quero ser mais uma que assiste a vida passar. Nos dias frios, sinto saudades de todos, dos beijos do meu pai, das conversas na ida para casa da minha avó com minha mãe, das tardes sem ter o que fazer com as amigas, do abraço apertado daquele em que alguns meses chamei de meu. No entanto, sobram-me as lembranças e junto com elas, o cheiro daquela época.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O pequeno trecho


Na ociosidade do meu cotidiano, peguei-me lendo um trecho de um livro, o qual me chamou bastante atenção, e por isso não vou escrever nada, uma vez que o pequeno trecho diz tudo, o que talvez eu passando horas, não conseguiria dizer.


“- É claro que eu te amo, foi minha culpa não perceberes isto. Mas não tem importância. Foste tão tolo quanto eu. Tenta ser feliz...” (O Pequeno Príncipe)

domingo, 9 de maio de 2010

Conclusão



Esses dias andei pensando em coisas que me fizeram chegar a uma conclusão: comprar roupa é bem mais interessante do que ter um namorado. Não que eu seja uma mal amada contra o amor, muito pelo contrário, acho lindo quando vejo um casal realmente feliz e já passei por coisas parecidas; mas hoje vejo outros meios para ser feliz, como por exemplo, comprar roupa. É tão prazeroso usar uma roupa que se encaixa perfeitamente no seu corpo, eu como mulher e um tanto menina, me sinto realizada, o espelho vira meu melhor amigo e eu a minha melhor amiga. E não há melhor elogio do que um dado por você mesma. É extraordinário, uma vez que não é preciso ninguém te dizer nada pra você se sentir bem, e não importa a opinião alheia, o que de fato importa é você se sentir interessante.

sábado, 8 de maio de 2010

Telefonema



Eu não sei até que ponto um telefonema pode mudar uma vida. Vida não, a frase fica muito dramática. A palavra certa no caso seria: sentimento. Meu coração é tão incerto, ou talvez a minha mentira não foi bem contada e portanto não se tornou verdade. Meu coração só faltou saltar pela boca ao ver aquele número e escutar aquela voz, que por alguns meses fez parte do meu dia-a-dia. Acabei falando nada com nada. Mas isso, no entanto, agora não importa. O que realmente importa foi que eu fiquei feliz e bastante aliviada. Agora, de fato, vejo que ter vivido aquela história valeu realmente à pena.







*Mentira = Contada para mim mesma

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Flor



Cuide dela como se você estivesse cuidando de mim, a ame da mesma intensidade que você me ama. E quando se sentir sozinha, lembre-se: Ela sou eu, disfarçada de pétalas e de uma beleza absurdamente perfeita. Guarde-a sempre em seu coração.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Sossego



O despertador toca, o sol nasce e os pássaros voam e cantam. O dia, então, começa. Atrasada como de preste, saiu para esperar o carro naquele banquinho sempre com o aspecto de molhado, devido à madrugada chuvosa. Ao chegar, ao meu determinado destino, a manhã, como o soprar do vento de repente passa. Porém, entre algumas horas, reservo alguns minutos, para rever aqueles velhos e grandes amigos, para pôr as conversas e as gargalhadas em dias, sentados naquela mesinha quadrada no pátio do colégio. O tempo voa, o sol queima. Volto para meu sossego, me aconchego. A solidão torna-se minha parceira, sendo minha melhor companhia nesses últimos dias. O ar é de acordo com o meu humor. A saudade me sufoca. A cor do dia é sempre a mesma, rosa, como minha vida. À tarde, os livros tornam-se grandes ouvintes. À noite, há um céu deslumbrante, a lua me toma uma atenção especial, admiro-a. Sempre distante e sozinha, mas com tamanho brilho e beleza. Os olhos cansados se fecham e descansam para um novo dia.

domingo, 2 de maio de 2010

Tédio



Não se surpreenda ao terminar de ler esse texto e ver que ele não tem nem pé e nem cabeça. Não estou com o mínimo saco para fazer coisa alguma. O domingo sempre é domado pela a inércia. Escrever seria uma ótima escolha para me tirar de tamanho tédio. Mas quem falou que eu quero sair desse tédio decadente? Ficar vendo frases dos seus escritores preferidos e bater papo com suas amigas, é algo bastante interessante. E que em volta e meia acaba em tédio. Por isso, resolvi escrever esse texto para postar aqui, mesmo sabendo que poucas pessoas irão ler. E daí? Meu interesse é mínimo para pessoas lerem o que está escrito aqui. Nesses últimos meses, virei mais seletiva. Minha maior inimiga ultimamente vem sendo a balança, e por ser domingo, vem à promessa que todos fazem e ninguém cumpre, ¨segunda começa meu regime¨, serei uma exceção, cumprirei direitinho, de uma forma louca, porém, autentica. Já chega, minha criatividade falhou, meu sono chegou e minha beleza cansou. Argh!

sábado, 1 de maio de 2010

Ânsia



Em um lugar onde jamais pensei em freqüentar todas às manhãs, com tantos rostos desconhecidos, conheci você. Você, que se veste tão bem e tem um sorriso insuportavelmente lindo, o qual me chama bastante atenção. Você, que ao falar tão bem sobre o filme 2012, me despertou uma curiosidade, antes não tida, para assistir tal filme. Você, depois de ter me feito gostar de uma matéria outrora odiava, fora embora, sem dizer adeus. Não que fosse necessário, mas deteria minha ânsia de todos os inícios de semanas, afim que chegasse logo o fim, para poder te ver. E logo, a outra seria diferente, uma vez que não teria mais nenhuma razão para tamanha ânsia, talvez, preferiria não ter mais aquele dia, assim não haveria outro em seu lugar e de saudade eu não sofreria. Pareço apaixonada, mas não estou, não ousaria tamanha loucura. Também não sei que nome daria a esse sentimento. Sei apenas, que ele ao aparecer inesperadamente por aquela porta, ao vê-lo, sorri sem perceber, desejei correr para ao menos um abraço pedir. Ele me deixou uma pequena esperança, para quem sabe, minha ânsia desesperadamente voltar, mas não para o fim da semana, nem para o fim do mês, para o fim do ano.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Linhas grifadas



Fazendo uma pequena faxina na caixinha da minha vida, revirando tudo, encontrei lá no cantinho escondido, um pequeno espaço. Aproximei-me, para ver melhor. Aquele lugar chamou minha atenção, outrora, chamaria sempre. Tratava-se de uma história, uma vez lembrada, sempre sorrisos instantâneos trazia. Uma memória eternamente viva. O primeiro, e quem sabe, único amor. Jamais amara alguém de tal forma e tampouco vivido. Veio tão cedo e fora tão rápido. Porém, marcara como um marcador de texto, grifando às melhores linhas daquela história. Hoje, como diz a canção, “a saudade que eu gosto de ter”. Sempre quando triste, gosto de tê-la. Não me restou nada, e ao mesmo tempo me restou tudo. Pra ele, talvez só mais uma, pra mim, único. Não me dói pensar assim. Me dói pensar na possibilidade de não ter vivido tal fato. Mas eu vivi e vivo até hoje. Não amando. Não sofrendo. Mais guardando- lhe sempre, às sete chaves no pequeno espaço, com linhas grifadas no meu coração.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Sinônimo de felicidade



Eu me pergunto constantemente como cheguei a esse ponto. Resposta: decepções. Aquele clichê cai bem aqui: "Decepção não mata, ensina a viver." É fato, é verdadeiro e conclusivo. O amor nas minhas utopias era como uma criança sorrindo ao ganhar um doce. Na minha realidade é como os políticos desse país, corruptos. O "eu te amo" é banalizado. O amor virou clichê. O amor é hipócrita. Fidelidade e lealdade ficaram no século XIX junto com o romantismo, cujos poetas morriam por amor. Já existiu amor, hoje só existe um tipo de amor; o amor próprio. Casais bonitinhos, frases bonitas, fotos espalhadas por todos os lugares, não é amor. É paixão. É gostar. Não amor.
Discordo quando Cássia Eller disse "que o pra sempre, sempre acaba". Não acaba, sempre é sempre. Sempre é eterno. Eterno não é só enquanto durou. Eterno é pra sempre sem acabar. Por isso também discordo do Vinícius de Moraes. E acabo concordando comigo mesma, quando aceitei ser feliz sozinha. Se dedicar só a gente, é egoísmo, mas não há coisa melhor.